Jovens Missionários
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Dia Mundial das Missões – Coleta Mundial – 23 e 24 de outubro
Tema: Missão e Partilha
Lema: "Ouvi o Clamor do Meu Povo" (Ex 3,7b)
A Campanha Missionária é promovida em todo o mundo pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM), todo ano em outubro, Mês das Missões, culminando no Dia Mundial das Missões (penúltimo domingo daquele mês). Neste dia, todo católico é motivado a dar sua oferta material para as Missões. A responsabilidade pelas Missões é de todos os batizados: "Anunciar o Evangelho não é para mim título de glória, é obrigação que me foi imposta. Ai de mim, se eu não evangelizar" (1Cor 9,16). A esta oferta está associada a formação e vivência missionárias, por meio de orações e sacrifícios oferecidos pelas Missões, como também com a entrega pessoal como missionário, por determinado período ou "ad vitam" (por toda a vida).
As necessidades da Igreja Católica em todo o mundo não param de crescer: constituição de novas dioceses; abertura de novos seminários, devido ao crescimento do número de jovens que acolhem o chamado de Cristo a segui-Lo como sacerdotes; regiões destruídas por guerras ou fenômenos naturais, que devem ser reconstruídas; regiões por longo tempo fechadas à evangelização, e que agora se abrem a ouvir a mensagem de Cristo e da Sua Igreja. É por isto que a cooperação dos católicos de todo o mundo é tão urgente e necessária.
Cerca de 1.100 dioceses de territórios de Missão (todo o Continente Africano e o Asiático, bem como a Oceania, parte da América Latina e alguns países da Europa Oriental) recebem regularmente ajuda financeira anual proveniente das doações dos fiéis. Estas dioceses apresentam à Congregação para a Evangelização dos Povos (Santa Sé) pedidos de ajuda, entre outras necessidades, para catequese, evangelização, seminários, trabalhos das comunidades religiosas, meios de comunicação e transporte, construção de capelas, igrejas, creches, orfanatos, escolas, asilos, ambulatórios médicos, etc. Estas necessidades são providas com as doações arrecadadas todo ano.
No Brasil
Anualmente as Pontifícias Obras Missionárias enviam a todas as dioceses do Brasil, para animar o Mês das Missões, vários subsídios: a Mensagem anual do Papa; santinhos com a Oração Missionária anual, folhetos informativos e com orações dos fiéis para as Missas dominicais do mês, cartaz de divulgação; livreto com Celebrações ou Novena, e o envelope para a doação pessoal na coleta do Dia Mundial das Missões. Além disto, para a animação missionária em geral, são realizadas visitas a seminários, participações de encontros de formação, congressos missionários e animação pelo Diretor Nacional e Secretários Nacionais de cada uma das obras missionárias pontifícias, a saber: Propagação da Fé, Infância e Adolescência Missionária, São Pedro Apóstolo e União Missionária.
Coleta
A Coleta feita no Brasil, todo ano, no Dia Mundial das Missões, é destinada ao Fundo Mundial de Solidariedade Missionária, sediado em Roma (Congregação para a Evangelização dos Povos). Com estes recursos são financiados projetos fundamentais para a Igreja em todo o mundo. Parte destes recursos são também destinados a projetos no Brasil. Em 2009, por exemplo, o Papa doou 2,750 milhões de reais para projetos nos nove Estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, e parte do Estado do Maranhão). Esta quantia foi enviada às dioceses do saldo credor que a Obra da Propagação da Fé tem junto às POM. Ao todo foram beneficiadas 55 dioceses dessa imensa região do Brasil.
Nos últimos anos, graças ao crescimento da coleta e generosidade do nosso povo, os recursos financeiros do Dia Mundial das Missões celebrado no Brasil têm ajudado projetos para outros países, dentre os quais, Índia, Ruanda, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, República Democrática do Congo, Malavi, Etiópia, Indonésia, Timor Leste, Filipinas e Equador: sinal e gesto concreto de nossa solidariedade universal.
A coleta, fruto da generosidade dos brasileiros, tem crescido cada ano, mas pode ser mais generosa: muito já recebemos, podemos agora "dar de nossa pobreza" (Puebla, 368). Para isto é necessário organizar a Campanha, e fazer chegar a todos o apelo à solidariedade universal.
O relatório da coleta é apresentado todos os anos ao Secretariado Internacional, publicado no boletim das POM (Serviço de Informação Missionáira/SIM) e disponibilizado no seu sítio na rede de computadores: www.pom.org.br. As ofertas mundiais em 2008 alcançaram a cifra de US$ 163.007.478,80. No Brasil, no último Dia Mundial das Missões (18 de outubro de 2009), foram recolhidos, em todo o país, cerca de R$ 5.500.000,00. Mas é ainda muito pouca a nossa oferta, se considerarmos o número de católicos.
Oração e anúncio
"A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe que mande operários para a Sua messe." Estas palavras de Jesus em Lucas 10,1ss continuam válidas. Depois de dois mil anos, a messe continua grande e, os operários, poucos. Há o clamor insistente de milhares de pessoas que querem conhecer Jesus, mas falta quem O anuncie. A colaboração material de cada cristão para as Missões possibilita o envio cada vez maior de missionários "ad gentes". É indispensável a oração insistente e lançar-se mar adentro a anunciar: "Rogate, ergo, et duc in altum!" (cf. Lc 5,4).
Nisto consiste o objetivo maior da Campanha Missionária do mês de outubro: despertar para a Missão todos os que dormem.
Motivação e conscientização
Desde 1926, com a instituição do Dia Mundial das Missões, pelo Papa Pio XI, intensificou-se em toda a Igreja, em todas as Igrejas particulares, o apelo a renovar e direcionar o próprio ardor e vida missionária para além das próprias fronteiras, em dimensão universal. Também a 5ª Conferência do Celam, realizada em Aparecida, SP, em maio de 2007, fez um forte apelo a que toda a Igreja, todos os batizados, se tornem discípulos-missionários de Jesus Cristo.
Para motivar e conscientizar, as Pontifícias Obras Missionárias cuidam de organizar e produzir subsídios para a Campanha de animação e cooperação missionária que se realiza todos os anos em outubro. O material é enviado, já no mês de junho, a todas as dioceses do Brasil.
A Campanha Missionária no Brasil costuma retomar a Campanha da Fraternidade (CF), dando-lhe roupagem missionária. A CF 2010 teve como tema Economia e Vida, e, como lema, "Vocês não Podem Servir a Deus e ao Dinheiro" (Mt 6,24c). Em sintonia, a CM 2010 tem como tema Missão e Partilha, e, como lema, "Ouvi o Clamor do Meu Povo" (Ex 3,7b).
Tudo isso, em continuidade com o 2° Congresso Missionário Nacional, realizado em Aparecida, SP, de 1° a 4 de maio de 2008, que teve como tema Do Brasil de Batizados ao Brasil de Discípulos-Missionários Sem-Fronteiras e, lema, Igreja no Brasil: Escuta, Segue e Anuncia; bem como com o 3° Congresso Missionário Americano (CAM 3–Comla 8), realizado em Quito (Equador), de 12 a 17 de agosto de 2008, com a participação de 130 delegados de nosso país. São propostas e eventos que nos estimulam incitam a novo vigor e ardor missionário.
O Dia Mundial das Missões, momento culminante da Campanha Missionária, é a ocasião da colaboração concreta de todos os católicos do mundo inteiro para com a Missão universal.
Dia Mundial das Missões
O Dia Mundial das Missões, organizado pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM), é o dia reservado aos católicos de todo o mundo para especial colaboração pessoal na ação missionária da Igreja, mediante contribuição financeira, oração e sacrifício.
Anualmente, o Dia Mundial das Missões é celebrado no penúltimo domingo de outubro. Nas palavras do Papa João Paulo II, "o Dia Mundial das Missões, orientado à sensibilização para a questão missionária, mas também para a coleta de fundos, constitui momento importante na vida da Igreja, porque ensina como dar a contribuição: na Celebração Eucarística, ou seja, como oferta a Deus, e para todas as Missões do mundo" (cf. Redemptoris Missio 81).
O Papa João Paulo II falou do Fundo Universal de ajuda da Obra da Propagação da Fé como um "fundo central de solidariedade". Em Mensagem preparada para o Dia Mundial das Missões, o Papa disse: "A oferta coletada será destinada ao fundo central de solidariedade a ser distribuído pela Obra da Propagação da Fé, em nome do Papa, às Missões e missionários de todo o mundo."
Os diretores nacionais das POM decidem, em votação, pela melhor utilização desses recursos, considerando as maiores necessidades. Depois os subsídios são distribuídos a projetos da Missão pelo mundo afora.
Origem do Dia Mundial das Missões
Em 1922 foi eleito Papa o Cardeal Arcebispo de Milão (Itália) Achille Ratti, que tomou o nome de Pio XI (1922-1939). Seu ardor missionário era conhecido de todos, e esperava-se dele grande impulso para a Missão. Logo em 1922, constituiu as Pontifícias Obras Missionárias, recomendando-as como instrumento principal e oficial da Cooperação Missionária de toda a Igreja. Estimulou a criação de novas Missões e ordenou os primeiros bispos indianos (1923) e chineses (1926). No Ano Santo de 1925, abriu no Vaticano uma Exposição Missionária Mundial e, no ano seguinte (1926), publicou uma Encíclica sobre as Missões, Rerum Ecclesiae, na qual reafirmava a importância dos objetivos missionários programados no início do seu pontificado.
A ideia de um Dia das Missões em esfera mundial nasceu no Círculo Missionário do Seminário Arquidiocesano de Sássari (Sardenha, Itália). De 14 a 16 de maio de 1925, o Círculo Missionário organizou um tríduo missionário, com a participação do arcebispo, que suscitou muita animação. No ano seguinte, de 17 a 20 de março de 1926, repetiu-se a celebração. Na ocasião, chegou de Roma Mons. Luigi Drago, Secretário da Sagrada Congregação de Propaganda Fide (atual Congregação para a Evangelização dos Povos, do Vaticano). Os seminaristas pediram-lhe que propusesse ao Papa Pio XI a celebração de um Dia todo dedicado às Missões, como se fazia na Universidade do Sagrado Coração. Mons. Drago prometeu que falaria com o Papa a respeito. E, de Roma, mandou dizer que o Papa havia enviado uma resposta ao pedido: "Esta é uma inspiração que vem do céu."
De fato, no final de março de 1926, realizou-se a Plenária do Conselho Superior Geral da Obra, já Pontifícia, da Propagação da Fé. Naquela ocasião, decidiu-se pedir oficialmente ao Papa Pio XI "a instituição em todo o mundo católico de um Dia de oração e de ofertas em prol da propagação da Fé". Em 14 de abril de 1926, a Congregação dos Ritos comunicava que o Santo Padre havia concedido o pedido. Seria celebrado anualmente no penúltimo domingo do mês de outubro.1
Uns anos antes, Pio XI fizera um gesto surpreendente e profético: na Solenidade de Pentecostes de 1922, interrompeu sua homilia e, em meio a impressionante silêncio, tomou seu solidéu, fazendo-o passar entre a multidão de bispos, presbíteros e fiéis na Basílica de São Pedro, no Vaticano, enquanto pedia a toda a Igreja ajuda para as Missões.
O primeiro Dia Mundial das Missões foi celebrado em 1927.2 Em 19 de outubro de 1985, o Papa João Paulo II lembrava a origem do Dia Mundial das Missões, falando aos fiéis da Igreja de Sássari, durante sua viagem pastoral à Sardenha.
Fundamento da Missão
A ação missionária é essencial para a comunidade cristã. Pelo Batismo, todo cristão é chamado a reunir-se em comunhão ao redor de Cristo e participar da sua Missão, com o testemunho de vida, o anúncio do Evangelho, a criação das Igrejas locais com o esforço para se inculturar, o diálogo inter-religioso, a formação das consciências para atuarem as orientações da doutrina social cristã, a proximidade aos últimos e o serviço concreto de assistência aos necessitados. A origem, o método e a finalidade da evangelização é o próprio mistério trinitário. A iniciativa de Deus antecipa, acompanha e leva a bom termo a ação missionária. Deus é o Protagonista.
Missão "ad gentes" Reconhecendo a urgência da Missão, o Papa João Paulo II declarou a atualidade da Missão "ad gentes" (de primeiro anúncio) e sinalizou profeticamente os frutos: "Vejo o alvorecer de uma nova época missionária, que se tornará dia radiante e rico de frutos, se todos os cristãos, e especialmente os missionários e as Igrejas jovens, responderem com generosidade e santidade aos apelos e desafios do nosso tempo" (RMi 92).
Os fatos confirmam a verdade de que "a fé compartilhada revigora-se": "Multiplicaram-se as Igrejas locais que possuem bispos, clero e pessoal apostólico próprios. Constata-se uma inserção mais profunda das comunidades cristãs na vida dos povos. A comunhão entre as Igrejas tem levado a um dinâmico intercâmbio de bens espirituais e de dons. A ação evangelizadora dos leigos está mudando a vida eclesial. As Igrejas particulares estão se abrindo ao encontro, ao diálogo e à colaboração com os membros de outras Igrejas cristãs e outras religiões. Sobretudo, afirma-se uma nova consciência: ou seja, de que a Missão diz respeito a todos os cristãos, a todas as dioceses e paróquias, às instituições e associações eclesiais" (RMi 2).
Cooperação missionária
O envio da Igreja "ad gentes" (além-fronteiras, para o primeiro anúncio) supõe a colaboração de todos os cristãos: "Como o Pai me enviou, também eu vos envio" (Jo 20,21). "A participação das comunidades eclesiais e de cada um dos fiéis na realização deste projeto divino chama-se cooperação missionária. Para promover esta cooperação, a Congregação para a Evangelização dos Povos serve-se especialmente das Pontifícias Obras Missionárias" (cf. Cooperatio Missionalis, n° 2).
A este respeito, disse o Papa Paulo VI, na sua Mensagem para o Dia Mundial das Missões de 1972: "A cinquenta anos da elevação a Pontifícias das Obras Missionárias, queremos testemunhar a elas o nosso muito especial afeto, nossa profunda gratidão pelos serviços prestados à Santa Sé e à Igreja inteira, e proclamá-las novamente como o principal instrumento da Santa Sé e do Episcopado no campo da cooperação missionária, porque, como disse o Concílio, 'constituem igualmente meios tanto para infundir nos católicos, desde a mais tenra idade, um espírito verdadeiramente universal e missionário, como para fomentar uma adequada coleta de subsídios em favor de todas as Missões e conforme as necessidades de cada uma' (Ad Gentes Divinitus, 38). No mais, a respeito destas Obras, a nós tão caras, já na nossa primeira mensagem para o Dia Mundial das Missões de 1963, dizíamos que 'embora não excluam outras iniciativas de ajuda para as Missões e para fins particulares, superam evidentemente todas as outras obras, enquanto direta e mais completa expressão da solicitude do Supremo Pastor do rebanho de Deus para com todas as Igrejas'".
Na Campanha Missionária, os corações dos que contribuem alargam-se na solidariedade com irmãos e irmãs de comunidades empobrecidas de regiões do nosso país e, especialmente, de outros países. Trata-se de viver, testemunhar e, sempre que possível, anunciar o amor de Jesus Cristo com ações e palavras, que ajude a libertar-se do sofrimento, da injustiça, da exploração, da opressão, à luz do Evangelho.
No Brasil, a Campanha Missionária pode ser mais generosa: muito já recebemos, podemos agora "dar de nossa pobreza" (Puebla, 368). Para isto é necessário organizar a Campanha e fazer chegar a todos o apelo à solidariedade mundial.
A Campanha Missionária é a ocasião especial para despertar a consciência de que a Missão faz parte da vida da Igreja, a qual "é, por sua natureza, missionária" (Ad Gentes, 2). O Dia Mundial das Missões é a ocasião de especial cooperação pessoal e comunitária para a ação missionária da Igreja universal. Nas palavras do Papa João Paulo II, este Dia "ensina como contribuir: como oferta feita a Deus, na Celebração Eucarística, e por todas as Missões do mundo" (cf. Redemptoris Missio 81).
Fonte: http://www.pom.org.br/sim/310/campanha.html
Mensagem de S.S. Papa Bento XVI para o Dia Mundial das Missões 2010!!
Queridos irmãos e irmãs,
O mês de outubro, com a celebração do Dia Mundial das Missões, oferece às Comunidades diocesanas e paroquiais, aos institutos de vida consagrada, aos movimentos eclesiais e a todo o Povo de Deus uma ocasião para renovar o compromisso de anunciar o Evangelho, e conferir às atividades pastorais uma ampla conotação missionária. Este evento anual convida-nos a viver com intensidade os caminhos litúrgicos, catequéticos, caritativos e culturais mediante os quais Jesus Cristo nos convoca à Ceia de sua Palavra e da Eucaristia, para saborear o dom de sua presença, formar-nos à sua escola e viver com mais consciência unidos a Ele, Mestre e Senhor. É Ele mesmo que nos diz: "Quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele" (Jo 14,21). Somente a partir deste encontro com o Amor de Deus, que muda a existência, podemos viver em comunhão com Ele e entre nós, e oferecer aos irmãos um testemunho crível, dando razão da nossa esperança (cf. 1Pd 3,15). Uma fé adulta, capaz de se entregar totalmente a Deus em atitude filial, alimentada pela oração, pela meditação da Palavra de Deus e pelo estudo das verdades da fé, é a condição para poder promover um novo humanismo, fundamentado no Evangelho de Jesus.
No Mês das Missões, com as inúmeras atividades eclesiais em todo o mundo, a Igreja convida-nos também a aprender de Maria, mediante a oração do Santo Rosário, a contemplar o projeto de amor do Pai pela humanidade, para amá-la como Ele a ama. Não seria também este o sentido da Missão?
Com efeito, o Pai chama-nos a ser filhos amados em seu Filho, o Amado, e a reconhecermo-nos todos irmãos n'Ele, Dom de Salvação para a humanidade dividida pela discórdia e pelo pecado, e Revelador do verdadeiro rosto do Deus que "amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3,16).
"Queremos ver Jesus" (Jo 12,21) é o pedido que, no Evangelho de João, alguns gregos, ao chegar a Jerusalém para a peregrinação pascal, apresentam ao Apóstolo Filipe. Ele ressoa também em nosso coração neste mês de outubro, que nos recorda que o compromisso de anunciar o Evangelho é dever de toda a Igreja, "missionária por natureza" (Ad Gentes, 2), e nos convida a sermos promotores da novidade de vida, permeada de relações autênticas, em Comunidades alicerçadas no Evangelho. Em uma sociedade multiétnica, que sofre sempre mais formas de solidão e de indiferença preocupantes, os cristãos devem aprender a oferecer sinais de esperança, e tornar-se irmãos universais, cultivando os grandes ideais que transformam a história e, sem falsas ilusões ou inúteis temores, empenhar-se para fazer do planeta a casa de todos os povos.
Como os peregrinos gregos de dois mil anos atrás, também os homens de nosso tempo, nem sempre conscientemente, pedem aos fiéis que não apenas "falem" de Jesus, mas "apresentem" Jesus, fazendo resplandecer o rosto de Jesus em todos os cantos da terra às gerações do novo milênio, especialmente diante dos jovens de todos os continentes, destinatários privilegiados e atores do anúncio evangélico. Eles devem compreender que os cristãos assumem a Palavra de Cristo, porque Ele é a Verdade, porque encontraram n'Ele o sentido, a verdade de suas vidas.
Estas considerações evocam o Mandato Missionário recebido por todos os batizados e por toda a Igreja, que, porém, não se pode realizar de maneira crível, sem uma profunda conversão pessoal, comunitária e pastoral. Efetivamente, a consciência do chamado a anunciar o Evangelho estimula não apenas os fiéis, mas todas as Comunidades diocesanas e paroquiais a uma renovação integral e a abrir-se sempre mais à Cooperação Missionária entre as Igrejas, para promover o anúncio do Evangelho no coração de toda pessoa, povos, culturas, raças e nacionalidades, em todas as latitudes. Tal consciência se alimenta mediante a obra dos sacerdotes "fidei donum", de consagrados, de catequistas, de leigos missionários, em uma tentativa constante de promover a comunhão eclesial, de modo que o fenômeno da "interculturalidade" possa também se integrar num modelo de unidade no qual o Evangelho seja fermento de liberdade e progresso, fonte de fraternidade, humildade e paz (cf. Ad Gentes, 8). A Igreja "é em Cristo como que o sacramento, ou sinal, e o instrumento da união íntima com Deus e da unidade de todo o gênero humano" (Lumen Gentium, 1).
A comunhão eclesial nasce do encontro com o Filho de Deus, Jesus Cristo, que, no anúncio da Igreja, chega aos homens e cria comunhão com Ele mesmo, com o Pai e o Espírito Santo (cf. 1Jo 1,3). O Cristo estabelece a nova relação entre o homem e Deus. "Ele nos revela que 'Deus é amor' (1Jo 4,8), e ensina-nos, ao mesmo tempo, que a lei fundamental da perfeição humana e, portanto, da transformação do mundo, é o Mandamento Novo do Amor. Dá, assim, aos que acreditam no amor de Deus, a certeza de que o caminho do amor está aberto a todos, e que o esforço para estabelecer a fraternidade universal não é em vão" (Gaudium et Spes, 38).
A Igreja torna-se "comunhão" a partir da Eucaristia, em que Cristo, presente no pão e no vinho, com o seu sacrifício de amor, edifica a Igreja como seu corpo, unindo-nos ao Deus-Uno e Trino e entre nós (cf. 1Cor 10,16s).
Na Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis escrevi: "Não podemos reservar para nós o amor que celebramos no Sacramento. Por sua natureza, ele pede para ser comunicado a todos. Aquilo de que o mundo tem necessidade é do amor de Deus, é de encontrar Cristo e acreditar n'Ele" (n° 84). Por isto a Eucaristia é fonte e ápice não só da vida da Igreja, mas também da sua Missão: "Uma Igreja autenticamente eucarística é uma Igreja missionária" (Ibid.), capaz de levar todos à comunhão com Deus, anunciando com convicção: "O que vimos e ouvimos, nós agora o anunciamos a vocês, para que vocês estejam em comunhão conosco" (1Jo 1,3).
Caríssimos, neste Dia Mundial das Missões, cujo olhar do coração se expande sobre os imensos espaços da Missão, sentimo-nos todos protagonistas do compromisso da Igreja de anunciar o Evangelho. O impulso missionário sempre foi sinal de vitalidade para as nossas Igrejas (cf. Encíclica Redemptoris Missio, 2), e a sua cooperação é testemunho singular de unidade, fraternidade e solidariedade, que torna críveis os anunciadores do Amor que salva!
Renovo, portanto, a todos o convite à oração, ao compromisso de ajuda fraterna e concreta em apoio às Igrejas jovens, não obstantes as dificuldades econômicas. Tal gesto de amor e de partilha, que o serviço das Pontifícias Obras Missionárias, às quais agradeço, proverá a distribuir, ajudará na formação dos sacerdotes, seminaristas e catequistas nas mais distantes terras de Missão, e encorajará as jovens Comunidades eclesiais.
Na conclusão da Mensagem anual para o Dia Mundial das Missões, desejo expressar, com particular afeto, meu reconhecimento aos missionários e as missionárias que testemunham nos lugares mais distantes e difíceis, muitas vezes também com a vida, o advento do Reino de Deus. A eles, que representam as dianteiras do anúncio do Evangelho, a amizade, a proximidade e o apoio de todo fiel. "Deus, (que) ama quem oferece com alegria" (2Cor 9,7), os encha de fervor espiritual e de profunda alegria.
Como o "sim" de Maria, toda resposta generosa da Comunidade Eclesial ao convite divino ao amor pelos irmãos suscitará uma nova maternidade apostólica e eclesial (cf. Gl 4,4.19.26), que, deixando-se surpreender pelo mistério de Deus-Amor, o qual, "chegada a plenitude dos tempos... enviou o seu Filho, nascido de uma mulher" (Gl 4,4), doará confiança e coragem aos novos apóstolos. Tal resposta tornará todos os fiéis capazes de ser "alegres na esperança" (Rm 12,12), ao realizar o projeto de Deus, que deseja "a constituição de todo o gênero humano no único Povo de Deus, a sua união no único Corpo de Cristo, a sua edificação no único Templo do Espírito Santo" (Ad Gentes, 7).
Vaticano, 6 de fevereiro de 2010.
Escolinha de Jesus!!!
Que novidade trará este mês missionário?
Aqui em nossas experiências missionárias em Moçambique, vivemos diante de novidades e surpresas cotidianas. Estamos em tempo de sínodo aqui na arquidiocese de Nampula, por isso em nossa agenda de setembro tivemos nove assembléias sinodais nas regiões pastorais. É apenas o primeiro ano de uma longa caminhada. O que me impressiona, é que nenhuma das cento e quarenta comunidades, faltaram nestas assembléias. Chegam caminhar a pé ou vir de bicicletas quarenta quilômetros para reuniões de um ou dois dias. Quando os vejo sentado nas esteiras o dia inteiro de trabalho ou a noite dormindo debaixo dos cajueiros compreendo um pouco do que significa ser missionário.
Tenho refletido de que missão e discipulado são inseparáveis. Quando separamos, corremos o risco de fazer da missão a realização de nossos projetos pessoais. Se não for missão em nome de Jesus na força do Espírito e com envio da Igreja, cai-se na tentação de reduzir a missão em fazer muitas coisas, mesmo que úteis e necessárias. Missão na perspectiva dos relatos evangélicos exige tempo na escolinha do discipulado de Jesus. Nesta escolhinha não há formatura. É um itinerário que se faz passo a passo no seguimento a Jesus.
Sonho com uma escolinha do discipulado que prepare missionários(as) para diferentes frentes de missão. Uma escolhinha baseada no evangelho, sem doutores, mas com testemunhas. Uma escolhinha de itinerários que levam o discípulo (a) a experiência de uma profunda amizade e intimidade com Jesus e sua proposta. O modelo desta escolhinha não seria o mesmo de nossas universidades que herdaram da escolástica o método indutivo. Estas, tem o mérito de formarem bacharéis, mestres e doutores especialistas na argumentação e na racionalidade. Sem desprezar estas, sonho com outro modelo, outro método, o dedutivo-testemunhal.
Nesta escolinha do discipulado não haveria salas de aulas convencionais com mesas, cadeiras e cátedra. Cada aprendiz receberia na inscrição uma Bíblia e um avental. No currículo as aulas práticas ocupariam maior espaço. O enfoque no discipulado teria grande relevância nas reflexões. Os temas seriam divididos em etapas que favorecessem o percurso do discípulo. Os candidatos ficariam na escolinha um tempo suficiente para a experiência de vida comunitária. Os serviços e as despesas de alimentação seriam todos divididos de modo que todos aprendessem lavar, limpar, cozinhar e partilhar.
A Palavra de Deus, a Eucaristia, a oração, a mística e a contemplação, ocupariam tempo privilegiado nesta escolinha. Todos (as) fariam exercícios diários de escuta e silêncio diante do mistério de Deus e de sua Palavra. A disciplina de relevância seria na especialidade de oração e doação da vida aos outros.
Os doutores-testemunhas desta escolinha seriam em humildade, serviço, paciência, diálogo, mística, gratuidade e compromisso com os mais pobres. Os carreiristas que gostam de ocupar os primeiros lugares, os soberbos que gostam de se impor, os mesquinhos de coração, os acomodados, os narcisistas que vivem em função de si mesmos, os capitalistas que tem o seu tesouro no dinheiro e as estrelas que gostam de aplausos não seriam aprovados nesta escolinha. Por isso, não poderiam ser discípulo e em conseqüência não poderiam ser missionários (as).
A novidade desta escolhinha está na radicalidade das opções, no estilo de vida e numa formação sólida que prepare os missionários (as), pois “Quem põe a mão no arado e olha para trás, não serve para ser Reino de Deus”(Lc9,62).
Pe.Maurício da Silva Jardim
Missionário em Moçambique
domingo, 25 de julho de 2010
Rosa de Moçambique
Quantas rosas ainda terão que morrer nesta terra até que haja uma verdadeira luta contra a fome?
Vi Rosa chegar ao Hospital de Moma nos braços de sua mãe que percorreu quilometros a pé movida por uma esperança inquebrantável de salvar a vida de sua filha. Buscar socorro num hospital que não possui recursos básicos para atender aos enfermos. Há meses está em reforma. Os doentes foram alojados em barracas de lona da UNICEF. O local é imundo, camas sujas, cheiro insuportável, baratas por todo lado. Falta de medicamentos. Ambulâncias em eterno conserto. Carência de recursos humanos. Foi neste lugar que Rosa morreu. Morreu desnutrida e sem desvelo algum. Não teve uma vida digna! Não teve o direito de lutar pela vida! Não foi a fome que matou Rosa, foi os olhos cerrados de quem finge ou não quer ver a deterioraçao da vida humana em Moçambique. Foram os braços cruzados de quem pode fazer a diferença e mudar essa situação. Não foi a fome que matou Rosa, foi o descaso.
Durante sua viagem pelo norte de Mocambique (princípio deste ano), os discursos de Armando Guebuza eram carregados de palavras ocas sobre o empenho do governo em combater a pobreza do povo moçambicano. Em Moma, foi acolhido pela população com as ruas ornamentadas por cartazes que ostentavam frases prontas inspiradas em seu palavriado fastidioso. Enquanto muitas mães, com os filhos nas costas percorrem de pés descalsos pelas péssimas estradas do país rumo aos hospitais o presidente sobrevoa a miséria do povo realizando uma chegada pomposa acompanhado de sua comitiva, em 7 helicópteros.
Durante sua breve estada na Vila de Moma, Guebuza foi levado para vislumbrar a reforma do hospital. Ele transitou pelos corredores vazios da construção. Nem por um segundo ergueu a vista para as barracas que abriga os desvalidos que agonizam naquele lugar lastimável. Será que Armando Guebuza não perguntou onde estavam os doentes? Ou então ele imagina que não há enfermidades nesta regiao do país? Porque as autoridades locais perderam a oportunidade de apresentar as dificuldades que o distrito enfrenta na área da saúde?
É sabido que Moçambique faz parte do grupo de países mais subdesenvolvidos do mundo. Estudos apontam que a expectativa de vida é de 46 anos enquanto a mortalidade infantil é elevadíssima. Doenças como a malária, a cólera e o HIV/SIDA maltratam o povo. O país carece de infra-estrutura, de estradas asfaltadas, educação de qualidade, sistema de saúde adequado. Somado a tudo isto, a fome massacra a população pobre. Moçambique continua a ser um país exportador de matérias-primas. Possui um setor indutrial incipiente, necessitando, assim, importar produtos alimentícios básicos, em sua maioria da África do Sul. O orçamento do estado moçambicano é financiado em torno de 50% pela ajuda externa.
Neste ínterim, diante da situação calamitosa que grande parte da população moçambicana se encontra, é obsceno o poder público se dar ao luxo de pagar $2000.00 USD por hora, a uma empresa, pelo aluguel de cada um dos 7 helicópteros que serviram para o conforto e bem estar do presidente e de sua comitiva. O povo moçambicano está tendo seus direitos pisoteados por uma minoria que apoderou-se do poder político e econômico, usufruindo-o em benefício próprio.
Falar de direitos humanos e não escutar o povo é uma farsa. Estou convencida que não se conhece as mazelas do povo sem caminhar do seu lado. Paulo Freire já dizia que o verdadeiro revolucionário não luta pelo povo, mas luta com o povo. Esta é a questao primordial que se coloca.
Rosa, pequena, indefesa. Não tinha mais do que dois anos, penso. Mal conseguia abrir os olhos e forças lhe faltavam para manter o pescoço firme. Dispensável falar de sua magreza. Mas chorava, muito. De fome, de dor… não sei. Era um choro, acredito, em busca de socorro, de luta pela vida.
Moçambique possui muitas outras ‘Rosas’ que poderiam enfeitar o país mas que estão desfalecendo por falta de zelo. Resistência, fé, liberdade … nosso povo moçambicano não pode perder a esperança. Unidos, sejamos as vozes que denunciem esta realidade espessa ao mundo.
Tatiane Silveira Soares
Missionaria em Mocambique
22 de julho de 2010
Vi Rosa chegar ao Hospital de Moma nos braços de sua mãe que percorreu quilometros a pé movida por uma esperança inquebrantável de salvar a vida de sua filha. Buscar socorro num hospital que não possui recursos básicos para atender aos enfermos. Há meses está em reforma. Os doentes foram alojados em barracas de lona da UNICEF. O local é imundo, camas sujas, cheiro insuportável, baratas por todo lado. Falta de medicamentos. Ambulâncias em eterno conserto. Carência de recursos humanos. Foi neste lugar que Rosa morreu. Morreu desnutrida e sem desvelo algum. Não teve uma vida digna! Não teve o direito de lutar pela vida! Não foi a fome que matou Rosa, foi os olhos cerrados de quem finge ou não quer ver a deterioraçao da vida humana em Moçambique. Foram os braços cruzados de quem pode fazer a diferença e mudar essa situação. Não foi a fome que matou Rosa, foi o descaso.
Durante sua viagem pelo norte de Mocambique (princípio deste ano), os discursos de Armando Guebuza eram carregados de palavras ocas sobre o empenho do governo em combater a pobreza do povo moçambicano. Em Moma, foi acolhido pela população com as ruas ornamentadas por cartazes que ostentavam frases prontas inspiradas em seu palavriado fastidioso. Enquanto muitas mães, com os filhos nas costas percorrem de pés descalsos pelas péssimas estradas do país rumo aos hospitais o presidente sobrevoa a miséria do povo realizando uma chegada pomposa acompanhado de sua comitiva, em 7 helicópteros.
Durante sua breve estada na Vila de Moma, Guebuza foi levado para vislumbrar a reforma do hospital. Ele transitou pelos corredores vazios da construção. Nem por um segundo ergueu a vista para as barracas que abriga os desvalidos que agonizam naquele lugar lastimável. Será que Armando Guebuza não perguntou onde estavam os doentes? Ou então ele imagina que não há enfermidades nesta regiao do país? Porque as autoridades locais perderam a oportunidade de apresentar as dificuldades que o distrito enfrenta na área da saúde?
É sabido que Moçambique faz parte do grupo de países mais subdesenvolvidos do mundo. Estudos apontam que a expectativa de vida é de 46 anos enquanto a mortalidade infantil é elevadíssima. Doenças como a malária, a cólera e o HIV/SIDA maltratam o povo. O país carece de infra-estrutura, de estradas asfaltadas, educação de qualidade, sistema de saúde adequado. Somado a tudo isto, a fome massacra a população pobre. Moçambique continua a ser um país exportador de matérias-primas. Possui um setor indutrial incipiente, necessitando, assim, importar produtos alimentícios básicos, em sua maioria da África do Sul. O orçamento do estado moçambicano é financiado em torno de 50% pela ajuda externa.
Neste ínterim, diante da situação calamitosa que grande parte da população moçambicana se encontra, é obsceno o poder público se dar ao luxo de pagar $2000.00 USD por hora, a uma empresa, pelo aluguel de cada um dos 7 helicópteros que serviram para o conforto e bem estar do presidente e de sua comitiva. O povo moçambicano está tendo seus direitos pisoteados por uma minoria que apoderou-se do poder político e econômico, usufruindo-o em benefício próprio.
Falar de direitos humanos e não escutar o povo é uma farsa. Estou convencida que não se conhece as mazelas do povo sem caminhar do seu lado. Paulo Freire já dizia que o verdadeiro revolucionário não luta pelo povo, mas luta com o povo. Esta é a questao primordial que se coloca.
Rosa, pequena, indefesa. Não tinha mais do que dois anos, penso. Mal conseguia abrir os olhos e forças lhe faltavam para manter o pescoço firme. Dispensável falar de sua magreza. Mas chorava, muito. De fome, de dor… não sei. Era um choro, acredito, em busca de socorro, de luta pela vida.
Moçambique possui muitas outras ‘Rosas’ que poderiam enfeitar o país mas que estão desfalecendo por falta de zelo. Resistência, fé, liberdade … nosso povo moçambicano não pode perder a esperança. Unidos, sejamos as vozes que denunciem esta realidade espessa ao mundo.
Tatiane Silveira Soares
Missionaria em Mocambique
22 de julho de 2010
domingo, 11 de julho de 2010
Congresso Missionário de Seminaristas é encerrado com mensagem dos participantes!
Terminou na manhã deste sábado,10, em Brasília, o 1º Congresso Missinário Nacional de Seminaristas, que discutiu a formação missionária dos futuros padres. Os participantes aprovaram uma mensagem final em que pedem que o tema missão seja mais estudado nos seminários.
"Cônscios da real necessidade de formarmos nos Seminários vocações verdadeiramente missionárias, vimos, por meio desta, encarecidamente pedir aos senhores bispos, formadores e seminaristas, que desenvolvam nos Seminários e Institutos uma formação voltada para a missão além-fronteiras. Cremos que se houver investimento, numerosas vocações missionárias brotarão no seio dos Seminários, a começar por nós que participamos deste Iº Congresso Missionário", diz a mensagem.
O seminário teve início no dia 4 e foi organizado pelas Pontifícias Obras Missinárias (POM), Centro Cultural Missionário (CCM), Comissão Episcopal para a Animação Missionária e Cooperação Intereclesial e Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, da CNBB.
Fonte CNBB.
Mensagem dos participantes do I Congresso Missionário Nacional de Seminaristas
Brasília, 10 de julho de 2010
Aos Senhores bispos, formadores e amigos seminaristas,
Entre os dias 04 e 10 de julho, nós, cerca de 150 seminaristas, 10 formadores e alguns bispos dos diversos regionais do Brasil, estivemos reunidos em Brasília participando do Iº Congresso Missionário Nacional de Seminaristas, com o objetivo de ajudar-nos a assumir a dimensão missionária universal da vocação cristã e presbiteral.
Gostaríamos de transmitir a todos quão rica foi a experiência deste Congresso e a grande festa da alegria e da unidade celebrada aqui na capital do nosso país em favor da missão.
Conduzidos pelo lema: chamados para estar com Ele e enviados (Mc. 3,14) e o tema formação presbiteral para uma missão sem-fronteiras, tivemos a graça de nos deparar com as realidades do campo formativo, nas dimensões voltadas para missão.
Observamos as realidades eclesiais e formativas e chegamos à conclusão de que ainda temos que trabalhar muito para se chegar àquilo que é vontade da Igreja Universal e Latino-Americana: despertar a Igreja na América Latina e no Caribe para um grande impulso missionário (DAp. 548).
É bem verdade que, em alguns Seminários e Institutos, o sentido da vocação sacerdotal mais missionária está em plena atividade. Porém, é também fato de que em outros Seminários e Institutos o termo missão não recebe a devida atenção.
Iluminados pelo Espírito de Deus, e impulsionados pelo espírito de Aparecida, queremos que esta realidade seja transformada e transfigurada segundo a vontade de Deus para o nosso tempo, hoje, na Igreja do Brasil. Queremos melhorar o ambiente relacional estrutural do Seminário para que, como uma comunidade autenticamente cristã, formadores e formandos se unam em prol da vocação primeira da Igreja: a missão, a serviço do Reino de Deus. Queremos ser missionários padres e não padres missionários.
Cônscios da real necessidade de formarmos nos Seminários vocações verdadeiramente missionárias, vimos, por meio desta, encarecidamente pedir aos senhores bispos, formadores e seminaristas, que desenvolvam nos Seminários e Institutos uma formação voltada para a missão além-fronteiras. Cremos que se houver investimento, numerosas vocações missionárias brotarão no seio dos Seminários, a começar por nós que participamos deste Iº Congresso Missionário.
De Brasília voltamos para os nossos regionais dispostos a colaborar, com vivo ardor missionário, na conscientização missionária dos irmãos de Seminário e na constituição de organismos que favoreçam a missão em nossas casas de formação, como o Conselho Missionário dos Seminários (COMISE) e a Formação Missionária para Seminaristas (FORMISE).
Contamos desde já com o apoio de todos, pois o benefício não é para a nossa promoção pessoal, mas, para a promoção de todos os povos do orbe e para o bem da Igreja que age em nome de Cristo e a Ele se dirige.
Certos da atenção de todos a este pedido, reiteramos nosso desejo, de juntos, animados e guiados pelo Divino Espírito, construirmos no coração dos Seminários e Institutos, uma mentalidade viva e ardente direcionada a missão sem-fronteiras, tornando a Igreja no Brasil cada vez mais missionária.
Em Cristo Jesus
Os participantes do I Congresso Missionário Nacional de Seminaristas
Fonte CNBB.
domingo, 20 de junho de 2010
Relatório de Atividades Realizadas de 27/05/2010 a 15/06/2010 , Referente ao Projeto Missionário Igreja Solidária do Rio grande do Sul – Regional Sul
Moma, 15 de junho de 2010.
Desde o último relatório, que informava as ações realizadas no projeto missionário a partir do dia 27/05, nossa rotina de trabalhos correu normalmente, sem muitas alterações.
Um dos fatos mais importantes que gostaria de registrar nestes últimos dias foi a ida à Nampula e a compra da moageira para a associação de Lalane. Compramos a referida moageira no dia 07/06, com a presença de um representante da associação. Como tudo aqui, também fora um processo bastante demorado, desde a entrada no banco para sacar o dinheiro vindo da Itália em euros e convertidos em meticais, até a pesquisa de preços e garantias de qualidade para a compra do equipamento. (devo ressaltar que por aqui, não existe garantia dos produtos. Tudo que é comprado deve ser testado na própria loja. Depois de testado e aprovado, a manutenção do bem ou produto fica por conta do proprietário, sem direito à reclamação.)
Após a compra, demoram-se ainda dois dias para que a moageira chegasse ao seu destino, pois o caminhão que fora contratado para fazer o transporte estragara antes mesmo de sair de Nampula. Ainda não marcamos data para ir à Lalane, mas acredito que nos próximos dias iremos até lá para visitar a associação e certificarmos do se funcionamento.
As demais atividades continuam normalmente. O curso de informática fora ampliado em mais duas turmas. Os novos alunos serão 12 professores aqui de Moma que terão aulas à noite. Estes deverão pagar um preço simbólico que será revertido em créditos de Internet para pesquisas e aulas dos demais alunos, que são gratuitas.
Nesta semana também concluí um construí um balcão de madeira dentro da sala da secretaria, para onde serão transferidas as aulas de informática, que até então estão sendo realizadas dentro de nossa casa. Nas próximas semanas iniciaremos os trabalhos com a fotocopiadora, também neste espaço.
Estamos também idealizando a formação de uma mini biblioteca, a funcionar também na secretaria. Para isso, contamos com o apoio das paróquias Santo António e Nossa Senhora da Boa Viagem para a arrecadação de livros de literatura brasileira, juvenil e universal, que deverão chegar até aqui pelas mãos de Dom Jaime, bispo diocesano que deverá visitar a missão ao final do mês de julho do ano corrente.
A associação dos jovens de Moma também continua seus trabalhos. Estes reúnem-se semanalmente e nos trazem relatórios de suas reuniões. Estamos construindo juntos, maneiras de iniciar um negócio cooperativo para o desenvolvimento destes jovens estudantes.
Por hora, são estas as informações que repasso referentes aos projeto missionário.
Agradeço o apoio da Administração Municipal, dos amigos, colegas e familiares que nos apoiam, desejando sempre paz e bem.
Atenciosamente.
Edenilson S. Costa
Desde o último relatório, que informava as ações realizadas no projeto missionário a partir do dia 27/05, nossa rotina de trabalhos correu normalmente, sem muitas alterações.
Um dos fatos mais importantes que gostaria de registrar nestes últimos dias foi a ida à Nampula e a compra da moageira para a associação de Lalane. Compramos a referida moageira no dia 07/06, com a presença de um representante da associação. Como tudo aqui, também fora um processo bastante demorado, desde a entrada no banco para sacar o dinheiro vindo da Itália em euros e convertidos em meticais, até a pesquisa de preços e garantias de qualidade para a compra do equipamento. (devo ressaltar que por aqui, não existe garantia dos produtos. Tudo que é comprado deve ser testado na própria loja. Depois de testado e aprovado, a manutenção do bem ou produto fica por conta do proprietário, sem direito à reclamação.)
Após a compra, demoram-se ainda dois dias para que a moageira chegasse ao seu destino, pois o caminhão que fora contratado para fazer o transporte estragara antes mesmo de sair de Nampula. Ainda não marcamos data para ir à Lalane, mas acredito que nos próximos dias iremos até lá para visitar a associação e certificarmos do se funcionamento.
As demais atividades continuam normalmente. O curso de informática fora ampliado em mais duas turmas. Os novos alunos serão 12 professores aqui de Moma que terão aulas à noite. Estes deverão pagar um preço simbólico que será revertido em créditos de Internet para pesquisas e aulas dos demais alunos, que são gratuitas.
Nesta semana também concluí um construí um balcão de madeira dentro da sala da secretaria, para onde serão transferidas as aulas de informática, que até então estão sendo realizadas dentro de nossa casa. Nas próximas semanas iniciaremos os trabalhos com a fotocopiadora, também neste espaço.
Estamos também idealizando a formação de uma mini biblioteca, a funcionar também na secretaria. Para isso, contamos com o apoio das paróquias Santo António e Nossa Senhora da Boa Viagem para a arrecadação de livros de literatura brasileira, juvenil e universal, que deverão chegar até aqui pelas mãos de Dom Jaime, bispo diocesano que deverá visitar a missão ao final do mês de julho do ano corrente.
A associação dos jovens de Moma também continua seus trabalhos. Estes reúnem-se semanalmente e nos trazem relatórios de suas reuniões. Estamos construindo juntos, maneiras de iniciar um negócio cooperativo para o desenvolvimento destes jovens estudantes.
Por hora, são estas as informações que repasso referentes aos projeto missionário.
Agradeço o apoio da Administração Municipal, dos amigos, colegas e familiares que nos apoiam, desejando sempre paz e bem.
Atenciosamente.
Edenilson S. Costa
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