No dia 28 de dezembro de 2009 saímos de Porto Alegre eu, Rudinei Zorzo e Tiago Camozzato, ambos seminaristas da Diocese de Caxias do Sul, estudantes de Teologia com destino a Juína, lá chegando Dom Neri, bispo diocesano nos encaminhou para um distrito do município de Cotriguaçu, chamado Nova União.
Tomamos o ônibus às 19h com previsão de chegada às 4h ou 5h da manhã, contudo, ao sairmos do município de Castanheira o ônibus atolou, não sendo possível sair, tivemos que dormir por lá mesmo, foram 10h de atoleiro, só saímos do mesmo com ajuda de trator agrícola. Um pouco mais de estrada e tivemos todos que descer para empurrar o ônibus para que ele não ficasse novamente atolado.
Era mais ou menos 17h quando chegamos à cidade de Colniza, ou seja, viagem que comumente dura 10h acabou durando 22h. De Colniza a Nova União foram mais 40 km de estrada de barro, porém feitos de carro.
Ficamos neste distrito até o dia 16 de janeiro. Nos hospedamos na casa paroquial da Paróquia Santíssima Trindade com o seminarista Ronildo Rocha de Souza, da Diocese de Juina. Com ele íamos visitar as comunidades e as famílias, ou conduzir celebrações da Palavra. As distâncias são enormes, há comunidades que ficam a 30 km e até mais da matriz, tudo com estrada de chão e, algumas delas, não em boas condições.
As pessoas deste lugar são muito simples e acolhedoras, faz pouco tempo que a energia elétrica chegou à vila, nas comunidades, muitas delas, ainda não tem energia. Mas isso parece não afetar o estado de espírito alegre deste povo. A vida corrida dos grandes centros ainda não os afetou, sendo assim, muitas vezes “gastam” o dia todo conversando com amigos e vizinhos, valorizando o valor da amizade. A população é essencialmente formada por moradores provenientes de quase todos os estados do Brasil. Por isso é uma mistura de raças e culturas que formam um sotaque e um estilo próprio.
Nos meses de dezembro de 2008 e janeiro de 2009 tive uma experiência de missão urbana, foi em Aparecida de Goiânia – GO, e senti em mim o chamado para outra experiência, esta segunda, porém mais desafiante, foi então que Deus me deu essa oportunidade de estar, mesmo que por poucos dias, junto com esse seu povo, que caminha na alegria de serem Filhos de Deus.
Na Festa de Pentecostes, celebramos a vinda do Espírito Santo e, recordamos que pelo batismo somos incorporados ao corpo de Cristo e, por isso, membros de sua Igreja. Se somos Corpo de Cristo e membros de sua Igreja somos convidados, mais do que isso convocados por ele para a missão, ele mesmo nos disse: “vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28,19).
Toda a história da salvação não é senão a história da via e dos meios pelos quais o Deus verdadeiro e único, PAI, FILHO, ESPÍRITO SANTO, se revela, se reconcilia consigo e une os homens a si. Em nome do PAI, e do FILHO e do ESPÍRITO SANTO somos chamados a compartilhar a nossa vida, aqui na terra, na fé.
Estar com Jesus e ir ao encontro de todos pode parecer contraditório, mas só parece. Porque quanto mais alguém se aproxima e toca o Senhor mais distante é capaz de ir para anunciá-lo. A união com Jesus é princípio, fim e meio da missão. A primeira preocupação do missionário é a de estar com o Mestre, e permanecer unido a Ele. O primeiro fim do envio é o anúncio aos irmãos. Não anunciar o que se ouviu dizer, mas o que se experimentou.
O anúncio provoca que outros busquem o Senhor, por isso o mandato de batizar. Assim como Cristo enviou seus apóstolos para que todos os povos se convertessem em discípulos seus, batizando-os. Continua enviando hoje cada um de nós para fazer parte de uma comunidade, anunciando sua vida, morte e ressurreição para maior glória de Deus. E, quem crer que seja batizado. Essa é nossa missão!
Rudinei Zorzo – Diácono da Diocese de Caxias do Sul estudante do 4º ano de Teologia PUCRS, com colaboração de Tiago Camozzato – Seminarista e estudante do 3º ano de Teologia PUCRS.
Jovens Missionários
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